My research is based on the question of the so-called "passivity" of the Chinese students. We intend to discuss this stereotype or "myth" of the profile of the Chinese learners by studying a phenomenon very common in language class: the repair. The objective of this work is to analyze how the participants in the classroom interaction use discursive strategies to initiate and complete the repair in order to solve an interactive problem produced by the student and that jeopardizes the intersubjectivity. With the use of these strategies, we argue that a class is co-constructed cooperatively in language and creates interpersonal relationships and identities in a negotiated way in the interaction. Adopting the methodology of ethnographic microanalysis, we analyzed data from six Portuguese conversation classes of a Chinese university, with the participation of a Portuguese teacher and sixteen Chinese students. Among the categories of repair in the classroom, we selected two to be the focus of the present study: the self-initiated self-repair and the other-initiated self-repair, with problem source on the student's tum. Through the analysis of the repair trajectories (organization of turn-taking), the techniques of initiation and the operations of these two categories, we discuss how these two categories are organized at the linguistic level and What social actions are produced at the discursive level. We conclude that the participants, through the process of elaborating the repair in the classroom, strive together to avoid and solve problems in the interaction and end up building a cooperative class. In particular, we observed that students, through active participation in the repair organization, show their interactional competence in the Classroom. Keywords: repair, cooperation, classroom interaction, Portuguese as a non-matenal language, China.

Esta pesquisa parte da chamada “passividade” dos alunos chineses, umestereótipo ou “mito” do perfil desses aprendizes, que pretendo discutir, por meio do estudo de um fenômeno muito comum em aula de línguas: o reparo. O objetivo éanalisar como os participantes na interação em sala de aula usam estrat égiasdiscursivas para iniciar e concluir o reparo, a fim de resolver um problema interativo, produzido pelo aluno e que põe em risco a intersubjetividade. Com o uso dessasestrat égias, pode-se argumentar que uma aula é coconstruíta cooperativamente nalinguagem, criando, assim, rela ções interpessoais e identidades, de forma negociadana interação. Adotando a metodologia da microanálise etnogr áfica, foram analisadosos dados provenientes de seis aulas de português, na disciplina de conversação deuma universidade chinesa, com a participagoção de uma professora portuguesa edezesseis alunos chineses. Dentre as categorias de reparo na sala de aula, duas foramselecionadas para serem o foco deste estudo: o autorreparo autoiniciado e oautorreparo heteroiniciado, com fonte de problema no turno do aluno. Por interm édioda an alise das trajetórias (ordem de organiza ção de turnos), das t écnicas de iniciaçãoe das operações dessas duas categorias, discutiu-se como essas duas categorias s ãorganizadas, em n ível lingu ístico, e quais a ções sociais são produzidas, em níveldiscursivo. A conclusão indicou que os participantes, durante o processo deelaboção do reparo na sala de aula, esfor çam-se, em conjunto, para evitar e resolverproblemas na intera ção, construindo, com isso, uma aula cooperativa. Em particular, pôde-se observar que os alunos, devido àparticipa ção ativa na organiza ção do reparo, mostram a sua compet ência interacional na sala de aula. Palavras-chaves: reparo, coopera ção, intera ção em sala de aula, português como língua n ão materna, China.